Um domingo de passarela.
O alarido de artistas mambembes e a seresta da rua liberada pra pedestres.
Duquesa é dourada, macia por fora e ciumenta por dentro.
Olhos de ver mundo. O mundo da avenida Paulista.
Ao lado do dono, seu prado de concreto.
É terna como criança e forte como os mendigos e
transgêneros,
que sofrem o preconceito do desfile dessa via.
que sofrem o preconceito do desfile dessa via.
Aos domingos, navega no clima.
Enfeitada com flores de papel, do alto da carroça.
Enfeitada com flores de papel, do alto da carroça.
Pro sorriso de criança, é brinquedo.
Sem paciência com os cães riquinhos que a rodeiam, range os dentes.
Nesse inverno que esmaece, aguça os sons da avenida.
Risadas infantes. Desfile de tantos.
Ela e ele se entendem.
Ao crepúsculo adormece em frente a loja de grife.
Uns passantes esvoaçantes.
Nem te ligo.