São Paulo de pedras, buracos, poluição e flores. De onde
menos se espera elas surgem. Algumas existem de teimosas. Outras, mais
privilegiadas, são dondocas de seus benfeitores.
A azaléia é considerada um dos símbolos de São Paulo. (Rhododendron simsii). Consta que é boa para
combater o formaldeído de fontes como madeira compensada ou espumas isolantes.
Também é ótima para camuflar o odor forte do amoníaco. Já pensou? Dão notícia,
que elas se estressam com a poluição e mudança climática e danam a florescer
fora de época e de lugar. A azaléia é relacionada a Deusa Minerva, que é a
Deusa da sabedoria e da razão.
A maria-sem-vergonha, (Impatiens
walleriana), também conhecida como beijinho, dá em qualquer lugar e
faz questão de brilhar o ano todo. Acredita-se que um banho com elas é casamento
na certa. Seus frutos encapsulados,quando
maduros, se tocados, explodem e as sementes vão longe ampliando a área de
dispersão. Resistem ao monóxido de carbono. Da família das balsamináceas,
nativa de Zanzibar,dão flores vermelhas, violáceas, róseas ou alvas.
No Parque do Carmo, cerejeiras fazem a festa para urbanos
de qualquer raiz ou matiz. As cerejeiras do tipo "Yukiwari" (rosa
claro) a cada ano desabrocham e o Bosque das Cerejeiras é notícia na TV.
Numa esquina da av. Rio Bonito em São Paulo, onde antes existia
um Lava Rápido, agora a cerejeira solitária floresce impávida. Chama a atenção
de quem para a espera do semáforo abrir.
Rente às calçadas, lírios da paz (Spathiphyllum wallisi), insistem
em harmonizar pedra com pernas, lé com cré,
pé com pé. Li que são eficientes, eliminando
os gases voláteis formaldeído, benzeno e tricloroetileno. Combatem ainda o
tolune, que se inalado pode causar
cansaço, confusão mental, debilidade, perda de memória e náusea. E os
esotéricos acreditam que limpam suas energias e seu ambiente familiar.
Num pequeno jardim de um asilo na Capela do Socorro,
florzinhas entre raios fúlgidos, disputam a atenção dos transeuntes. Uma hortência
aqui, um copo de leite acolá. Mais ao alto, imponente, outra cerejeira exibe alegremente
suas florzinhas cor de rosa.
A cidade, as pessoas, suas dores, suas flores.
Um dia Zé goiano escreveu na capa da revista X-9: Até nas flores se encontram /a diferença da
sorte,/ umas enfeitam a vida /outras enfeitam a morte.
A revista X-9 era proibida para menores. Muitos crimes, mistério
e suspense, bons contos de Ellery Queen.
As flores de São Paulo combinam com a metrópole.
Trabalhadoras incansáveis. Aqui nascem, se adaptam, crescem e morrem. Embelezam
demonstrando amor incondicional à cidade.
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