domingo, 5 de agosto de 2012

O destino das flores



São Paulo de pedras, buracos, poluição e flores. De onde menos se espera elas surgem. Algumas existem de teimosas. Outras, mais privilegiadas, são dondocas de seus benfeitores.

A azaléia é considerada um dos símbolos de São Paulo.  (Rhododendron simsii). Consta que é boa para combater o formaldeído de fontes como madeira compensada ou espumas isolantes. Também é ótima para camuflar o odor forte do amoníaco. Já pensou? Dão notícia, que elas se estressam com a poluição e mudança climática e danam a florescer fora de época e de lugar. A azaléia é relacionada a Deusa Minerva, que é a Deusa da sabedoria e da razão.

A maria-sem-vergonha, (Impatiens walleriana), também conhecida como beijinho, dá em qualquer lugar e  faz questão de brilhar o ano todo.  Acredita-se que um banho com elas é casamento na certa.  Seus frutos encapsulados,quando maduros, se tocados, explodem e as sementes vão longe ampliando a área de dispersão. Resistem ao monóxido de carbono. Da família das balsamináceas, nativa de Zanzibar,dão flores vermelhas, violáceas, róseas ou alvas.

No Parque do Carmo, cerejeiras fazem a festa para urbanos de qualquer raiz ou matiz. As cerejeiras do tipo "Yukiwari" (rosa claro) a cada ano desabrocham e o Bosque das Cerejeiras é notícia na TV.

Numa esquina da av. Rio Bonito em São Paulo, onde antes existia um Lava Rápido, agora a cerejeira solitária floresce impávida. Chama a atenção de quem para a espera do semáforo abrir. 


Rente às calçadas, lírios da paz (Spathiphyllum wallisi), insistem em harmonizar pedra com pernas, lé com cré, pé com pé.  Li que são eficientes, eliminando os gases voláteis formaldeído, benzeno e tricloroetileno. Combatem ainda o tolune,  que se inalado pode causar cansaço, confusão mental, debilidade, perda de memória e náusea. E os esotéricos acreditam que limpam suas energias e seu ambiente familiar.

Num pequeno jardim de um asilo na Capela do Socorro, florzinhas entre raios fúlgidos, disputam a atenção dos transeuntes. Uma hortência aqui, um copo de leite acolá. Mais ao alto, imponente, outra cerejeira exibe alegremente suas florzinhas cor de rosa.
A cidade, as pessoas, suas dores, suas flores.

Um dia Zé goiano escreveu na capa da revista X-9: Até nas flores se encontram /a diferença da sorte,/ umas enfeitam a vida /outras enfeitam a morte.
A revista X-9 era proibida para menores. Muitos crimes, mistério e suspense, bons contos de Ellery Queen.

As flores de São Paulo combinam com a metrópole. Trabalhadoras incansáveis. Aqui nascem, se adaptam, crescem e morrem. Embelezam demonstrando amor incondicional à cidade.

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