quinta-feira, 8 de março de 2012

Mulheres fortes

No crepúsculo da existência, intransponíveis ausências. Pernas bambas.
Senhoras do Lar Jésus Gonçalves. Se somar todas as idades, seculum seculorum.

Na represa de Guarapiranga, o circo Spacial. ‘Hoje tem goiabada?- Tem sim senhor. E o palhaço o que é?- É ladrão de mulher’.

Chegam claudicantes, radiantes. Bengalas pra que te quero. Ombro amigo tão sincero. Curiosidade que alegra. A gravidade, um desafio. Mais vale a suavidade. E viva a diversidade! Rara distração e muita superação. Tremenda descontração.

Aplausos. Tchauzinhos. Caras e bocas. Riem muito dos eternos palhaços. Espantam-se com a ousadia dos trapezistas e o talento dos malabares. Mágicas que intrigam, acrobatas que fascinam. Bailarinas que voam como seus pensamentos. Mais palmas para este espetáculo de luzes, ilusões modernas, picadeiros, equilíbrios e muito contorcionismo. Mandando a solidão pro espaço, apreciando a pipoca, sem querer voltar pra casa.

A primeira vez no circo é como um salto ornamental. Inolvidável. Um dia para sonhar e brilhar.

Um salto no espírito e garantia de ilusões encontradas na beleza deste dia ensolarado no inverno desta vida. Receita pra esquecer as dores e retornar à infância perdida.

Cai a tarde e bela lua cheia encerra o passeio, sinalizando um amanhã repleto de momentos para lembrar e contar.

São mulheres simples. São mulheres fortes.
E pra todas muita sorte.


Suely Aparecida Schraner - texto produzido em 26.06.2010


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