Menininha na olaria
Seis aninhos na soalheira
Em cima do caminhão
Ajeitando a “tijoleira”
Adobe quente na mão
A vida uma trabalheira
Ajuda o pai e a mãe
Passa o dia veja só
Trabalho de gente grande
Tão cansada que faz dó
De noite depois da lida
A mão uma bolha só
Labuta tanto e então
O pai lhe fala bobeira
Diz que é bom pru'ma menina
Ser também a cozinheira
Quero isso não, paizinho!
Prefiro mais ser oleira
Dorme e sonha que um dia
Virá a fada madrinha
Salva ela desta faina
Lhe traz uma bonequinha
Ri alto, brinca e acorda
Levanta e vai pra cozinha
De volta pra olaria
Vai pensando e vai contente
Sonha ser menina grande
Ser tratada como gente
Ver o dia de findar
As agruras do batente
Nenhum comentário:
Postar um comentário