terça-feira, 7 de setembro de 2010

Pedaço da China

Contam que o Budismo surgiu na Índia no século VI a.C.

Chovia demais. Um daqueles sábados de fim de julho. Manhã gelada. Assim, encapuzados e encapotados surgimos no local. O templo Zu Lai, à nossa frente, imponente e magistral. ‘Combater o mal onde exista; Nunca praticá-lo onde não exista; Conservar o bem onde ele exista; Praticá-lo onde não exista; Estes são os ensinamentos de todos os Budas’.

Na relva, budas impávidos brilhavam em gotas prateadas. Nesta planície, a turma fotografava esculturas singulares. Miquinhos a pular de galho em galho se oferecendo despudoradamente aos cliques dos dedos gelados.

Falam que a melhor religião é a que nos torna melhor. Do latim religare, religar. Às vezes, a gente se reconhece através dos outros. Nosso encontro é sempre um reconhecimento e uma celebração. Transformar nossa perspectiva numa paixão comum. Paixão que passa pela leitura. Leitura desta cidade que estarrece e encanta. Buscar o melhor da vida. Uma motivação literária e poética.

O restaurante vegetariano do Templo Zu Lai, um mundo de panelas gigantes. Pias enormes e monjas pequeninas. Grande é o talento culinário e o apetite forasteiro. Na cafeteria e no restaurante, o rosto coberto. Ah, esta gripe A (H1N1) tem o poder de deixar qualquer um mascarado...

Compaixão, bondade e amor. Ingredientes necessários para abrir portas, manter amizades, reconhecer nossa cidade. Explorando cada cantinho dessa paz.

Estando lá, ouvindo o silêncio, é impossível deixar de se sentir mais tranqüilo, mais feliz.

Neste dia foram muitas as descobertas. Parecia que estávamos no exterior. Mas era Brasil e era São Paulo. Pedacinho da China tão perto de casa.

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