terça-feira, 7 de setembro de 2010

O set dos pombinhos

“A coisa mais certa de todas as coisas, não vale um caminho sob o sol” - Caetano Veloso

O evento da natureza dá a iluminação e o tom da moda. No crepúsculo deste entardecer dourado é a cor. São Paulo das artes, cultura e gastronomia. São Paulo dos imigrantes e das migrações de aves. Pombos: vira e mexe você topa com eles.

São Paulo das enchentes e também de um pôr do sol deslumbrante.

Cidade que acolhe e repele. Estrutura de telhado que pode desabar ou abrigar. Abrigo de pombos. Aves desestruturadas na história. Presentes no antigo testamento. Ausentes no coração dos homens da cidade. Símbolo da paz e do espírito santo. Pombo doméstico (Columba Lívia) urbano e repelido. Bom sentido de orientação, desorientado na urbe. Localiza seu ninho a mais de 1000km de distância. Sabe detectar som à distância que nenhum outro animal conhece. O fio condutor são os arrulhos. Arrulhos que lembram ao morador que a calha que entope e que a telha pode cair. Cocô na cabeça. Alegria da indústria de repelente de pombos: aplicar no local duas vezes ao dia. Manter fora do alcance das crianças e dos animais. “Vem pombinho, vem cagar aqui, chamou a menininha, da janela”! O set dos pombinhos não estava lotado.

Descer do telhado para a realidade dos homens. A vida por triz. Pombos regendo o dourado entardecer no telhado da Guarapiranga. Em nome do pai, do filho e do espírito santo. Amém.

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