terça-feira, 7 de setembro de 2010

O fusca

O fusca
Paulo Renato César na rabeira do fusca

Em 1973 o piloto Ronnie Peterson, "o sueco voador", ganhava o Grande Prêmio da França. Aí ela comprou seu Fusca 66. Vermelho grená e parcelado em 36 vezes. 

Vinte horas na auto escola: baixar o breque de mão, primeira e segunda. No Detran, a baliza certa e aprovação garantida. 

De noite, pegar o possante na concessionária. Onde é mesmo que se liga a lanterna?

Na Marginal Pinheiros, só xingamentos. Gente mal educada a dizer impropérios sobre sua mãe.Em primeira e segunda, ela chegou ao pódio. 

Naquela clara manhã de outono, saiu uma hora mais cedo. Pegou seu veículo e rumou para o trabalho. Era uma fábrica de macarrão que ficava na Marginal, quase esquina com a Avenida Interlagos.

Na ladeira, pof, pof, em ré descontrol. Êpa! Passou direto do ponto. As duas mãos no volante cara esticada quase colada ao vidro, aquela craqueza. De repente, o rio Pinheiros no meio. Como retornar? Uma hora esse rio tem que acabar. Nesse pique, chegou na Lapa. Só aí é que se deu conta que o retorno só poderia ser por uma ponte. Um guarda pulou. Caderninho de multa voou. 

Ufa! Enfim conseguiu pegar a marginal de volta. Atrasada duas horas! Os tímpanos já imunizados aos palavrões. Mãos firmes no volante, pernas travadas. Primeira e segunda. Enfim a firma onde trabalhava. 

Não havia focos de lentidão como hoje. A surpresa era uma aglomeração em frente à fábrica. Seu Adrimon, da portaria, muito solícito lhe abriu as duas bandas do portão de entrada dos carros. Mirou bem e acelerou na direção do portãozinho de pedestres. Foi só manifestante que voou. Nova ré descontrol

Barbeira, eu? Deixou o carro atravessado na rua e entrou a pé mesmo. Seu Antonio, o motorista de caminhão, foi quem colocou o carro pra dentro. Passava do meio dia. Coração na boca. Pernas bambas.

Um comentário:

  1. Estava aqui num break da hora do almoço lendo sua história.....e não é que achei que era a minha? risos

    Tive muitas destas situações com um meu carinhosamente chamado de "Pálinho" o carro Pálio da Fiat....numa das peripécias eu com o Paulo quando morávamos com a tia Lú, chegávamos do shopping Morumbi, o Paulo desceu do carro pra ajudar eu estacionar o carro na garagem pela primeira vez na vida e foi me guiando....advinha o que aconteceu? O carro zero de 36 prestacões com poucas semanas de uso foi riscado de ponta a ponta.....risos! Doces lembranças, acho que o Paulo vai lembrar disso!

    Aproveitando pra desejar um feliz Natal e um ano cheio de realizações pra vocês. Muitas benção de Deus e muita paz e saúde!


    Beijos e saudades!

    Patty & Vinnie,da Austrália, via e-mail

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